segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

“Fui casada por 12 anos, aderi ao poliamor e adoro a sensação de ser livre”

 

“Fui casada por 12 anos. Foi bom, tivemos dois filhos, mas acabou. Sou uma mulher bonita e desejada. Logo comecei uma nova relação com um colega de trabalho. Transamos e foi ótimo, mas o professor de um dos meus filhos também sempre esteve de olho em mim. Acabamos indo para a cama. O colega de trabalho me abordou novamente querendo estabelecer um namoro. Mas pedi um tempo. Um antigo namorado do tempo de solteira, casado, mora próximo e também matei a saudade dele. Resumindo, tenho ótimos amantes, sem precisar de envolvimento único. O colega voltou à carga e eu disse para ele que agora era adepta do poliamor. Pela cara dele, acho que não gostou, mas é a minha opção. Estou adorando essa sensação de ser livre para o amor!”

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O poliamor, ou seja, muitos amores, como modo de vida defende a possibilidade de estar envolvido em relações íntimas e profundas com várias pessoas ao mesmo tempo, que podem ter a mesma importância. No poliamor uma pessoa pode amar seu parceiro fixo e amar também as pessoas com quem tem relacionamentos extraconjugais ou até mesmo ter relacionamentos amorosos múltiplos em que há sentimento de amor recíproco entre todas as partes envolvidas.

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Leonie Linssen é orientadora de casais, com especialidade em tipos alternativos de relacionamentos. Ela se apresenta na Holanda em programas no rádio e na TV. Stephan Wik é taoísta, praticante e codiretor do The Wuji Centre, na Bélgica, e tem vasta experiência no que diz respeito a relacionamentos íntimos. Ambos mantêm, há anos, relacionamentos abertos.

Para eles, a base de um relacionamento aberto é a honestidade e a transparência entre todos os envolvidos. O que para alguns é uma aventura a mais, para outros é apenas o primeiro passo. Alguns abrem o relacionamento para incluir relações complementares contínuas com outras pessoas.

Os que se identificam com poliamorosos muitas vezes gostariam de poder expressar seu amor por outros de muitas maneiras diferentes. Para os autores, um relacionamento aberto é aquele que oferece mais possibilidades do que simplesmente “você e eu”.

Alguns casais discutem a ideia durante anos antes de decidir ampliar seus limites de relacionamento. Mesmo assim, pode ser necessário que se passem meses ou até anos antes que os parceiros envolvidos encontrem a melhor maneira de manter seu relacionamento aberto.

É um processo que pode trazer paixão renovada, diversão e momentos emocionantes a uma relação, mas também oferecerá desafios que realmente a coloquem em teste. Em outras palavras, abrir um relacionamento pode demandar tempo e energia e requer cuidados para assegurar que decepções sejam evitadas ou adequadamente tratadas.


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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Como uma crise financeira abala o sexo no seu casamento

O motivo de muitas brigas entre os casais ocorre por dinheiro. Há alguns anos entrevistei a cantora Nana Caymmi que disse acreditar que tudo é por causa dos problemas financeiros. As brigas todas, bebedeiras, são porque as pessoas gastam mais do que podem. “Para mim a relação vai pra a cucuia, não é por falta de amor não. É por ter que pagar o aluguel e tudo mais. O dinheiro é primordial, é só ler o jornal e você não vê um barraco que não seja por dinheiro.”

De qualquer forma, é muito difícil saber por que um casal começa a brigar. Na maior parte das vezes nem as pessoas envolvidas conseguem perceber o motivo. Por qualquer razão o rancor que existe e que se tenta negar escapa, sem controle. Mas a falta de dinheiro pode desencadear mais brigas. Principalmente, porque no casamento, as pessoas imaginam que estarão de tal forma preenchidas, que nada mais vai lhes faltar.

A ideia de ter enfim encontrado ‘a pessoa certa’, ‘a alma gêmea’, ‘a outra metade’, faz com que a satisfação das necessidades e carências pessoais seja vista como dever do parceiro. Devido ao descompasso entre o que se esperava da vida a dois e a realidade, as frustrações vão se acumulando e, de forma inconsciente, gerando ódio.

No casamento as pessoas fazem inúmeras concessões, abrem mão de coisas importantes, acreditando que é necessário ceder. Como nem sempre isso traz satisfação, eles se cobram, se criticam e se acusam. As brigas se sucedem. Dependendo do casal, as acusações podem se renovar ou ser as mesmas, sempre repetidas.

O sexo no casamento é o maior problema enfrentado pelos casais. Agora, imagine com as constantes brigas, que até podem ser silenciosas — caras, olhares, gestos, tons de voz, ironias disfarçadas, tudo tornando bem desagradável o dia-a-dia do casal e constrangendo quem está por perto. Alguns chegam ao ponto de, após anos de vida em comum, ir deixando de se falar.


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segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

“Meu namorado pediu para que eu usasse o vibrador nele. O que devo fazer?”

 

Após meu segundo casamento conheci um homem de quem gostei muito, e acabamos indo morar juntos. Transamos muito bem; ele é do tipo que sabe tudo. Começamos a usar vibrador, experiência nova para mim. Passei a gozar muito com ele. Mas, com o tempo ele pediu que eu usasse o vibrador nele, como uma das variações na relação. Perguntei se ele era gay e ele me disse que de jeito nenhum. Mas fico preocupada, será que ele está falando a verdade?

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Os gatos lambem, os cachorros cheiram, mas ma maior parte dos humanos trata o ânus como se fosse uma das partes mais malignas do corpo. Seu uso na relação sexual é um tabu em muitas culturas, inclusive na nossa.

Para Freud, a libido se desenvolve em fases; na infância o prazer se desloca por algumas áreas do corpo, que passam a ter a primazia como zonas erógenas. A fase oral é a primeira, e aproximadamente entre dois e quatro anos vem a seguinte, a fase anal. A zona erógena é a mucosa do ânus, onde a criança sente prazer na estimulação durante a defecação. Na vida adulta, a estimulação anal é muito excitante para homens e mulheres, que, mesmo sem penetração, muitas vezes se tocam nessa área durante o ato sexual. Mas são poucos os homens que não se retraem quando a mulher tenta introduzir o dedo ou apenas acariciar seu ânus.

Um homem sentir prazer com a estimulação do ânus não significa absolutamente homossexualidade. Esta se caracteriza pela escolha do objeto de desejo — uma pessoa do mesmo sexo — e nunca pela área do corpo que proporciona prazer. Shere Hite, na sua pesquisa sobre sexualidade masculina, concluiu que receber estimulação anal ou a penetração de um dedo é uma atividade importante para muitos homens. A maioria dos homens, heterossexuais ou homossexuais, que experimentaram ser penetrados disseram que gostaram da experiência por isso ter lhes dado sensações de profundo prazer e realização.

Além da mucosa anal possuir terminações nervosas, responsáveis pelo prazer tanto da mulher quanto do homem, a próstata do homem está localizada aproximadamente cinco centímetros para dentro da abertura anal. O estímulo dessa glândula pode provocar, se pressionada e estimulada adequadamente, orgasmo ao homem. Nesse estudo de Hite, 31% dos homens heterossexuais haviam experimentado a penetração no ânus por um dedo (quer durante a masturbação ou por uma parceira) e outros 12% haviam experimentado a penetração por um pênis ou por um objeto do tamanho de um pênis, muitas vezes quando adolescentes.


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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

O país da Cocanha, onde o sexo é sem regras e o prazer é absoluto

 

Você já imaginou um país onde há liberdade, eterna juventude, o trabalho não é necessário e a comida é abundante? Existem rios de leite e de vinho. Há campos de verduras prontas para serem consumidas, arbustos com salsichas que, apenas colhidas e devoradas, brotam em seguida. As cotovias já caem inteiramente assadas nas bocas dos felizes mortais. Um paraíso de igualdade e prosperidade para todos. O sexo é sem regras, o prazer é absoluto.

Esse é o País da Cocanha, que nasceu no imaginário do povo da Europa Ocidental por volta do século 13. Essa terra maravilhosa que atendia aos anseios profundos de muita gente foi cantada em verso e prosa durante séculos. É uma das raras utopias da Idade Média. E foi retratada pelo pintor Pieter Brueghel, em 1567.

Qual a razão desse sucesso? “O fato de a Cocanha ser uma terra imaginária, maravilhosa, uma inversão da realidade vivida, um sonho que projeta no futuro as expectativas do presente. Em outras palavras, o fato de ela ser uma utopia. A Cocanha é um mosaico mítico formado por dezenas de peças de diversas procedências. Fragmentos manipulados de forma própria conforme a época e o local de cada versão.”, diz o historiador Hilário Franco Júnior.

Nos fins da Idade Média (séculos 5 ao 15) pesava na alma do povo uma tenebrosa melancolia. O historiador holandês Johan Huizinga assinala que esse período foi particularmente infeliz, como se tivesse deixado apenas memória de violências, de cobiça, de ódio mortal e não tivesse conhecido outras satisfações que não fossem as da falta de moderação, do orgulho e da crueldade.

“Quanto mais sombrio é o presente, mais forte será a aspiração por uma vida de beleza e serenidade. Uma promessa de fuga às tristezas cotidianas está ao alcance de todos; basta que demos à vida o colorido da fantasia para entrarmos no caminho que conduz ao esquecimento contido na ilusão da harmonia ideal.”, diz Huizinga.


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