“Sou advogado, 36 anos, separado, sem filhos. Consegui me aproximar de uma mulher maravilhosa, muito sensual, que faz muito sucesso entre os homens. Começamos a sair, e na primeira vez que fomos transar, brochei. Eu não sabia onde enfiar a cara! Parecia que tinha caído num abismo! Inventei uma história sobre um remédio que estava tomando. Não sei se ela acreditou, mas aceitou novamente transar comigo. Outra desgraça! Brochei de novo.”
****
A cultura ocidental, além de esperar que o homem seja forte, corajoso e tenha sucesso em tudo, associou a ideia de masculinidade a desempenho sexual. O homem presta muita atenção ao seu pênis; dedica-lhe mais afagos e zelo do que a qualquer outra parte do corpo. Protege-o acima de tudo. Além disso, é gratificante poder se orgulhar do próprio pênis: seu tamanho, forma e performance. Para ele, o pênis é de suprema importância. Nada que o afeta deixa de afetar o homem na mesma proporção, e vice-versa.
E quando a ereção não acontece ou não se mantém? Para o psicanalista argentino J.C. Kusnetzoff “nenhum homem pode se conceber como tal se a ereção falha. Quando isso acontece, ele não quer ser consolado; deseja desaparecer magicamente e voltar montado no pênis ereto, como cavaleiro ressuscitado do apocalipse vivido.” Entretanto, a incapacidade de obter ereção ou manter o pênis rígido, para ser considerada impotência, deve ser um fato que se repete e não um episódio. As causas dessa disfunção podem ser orgânicas ou psicológicas, mas o medo e a vergonha de aceitá-la levam o homem a demorar em média quatro anos para buscar ajuda.
Veja também
- “Minha namorada reage com vergonha e culpa a qualquer contato sexual”
- “Nunca tive orgasmo e tenho me sentido menos mulher por isso”
- A mulher se frustra quando o homem broxa?
O pavor de novo fracasso pode criar um círculo vicioso. Se um homem fica ansioso durante o ato sexual, são liberadas substâncias como a adrenalina, afetando o funcionamento do seu sistema nervoso autônomo. Isso leva à contração dos vasos sanguíneos, impedindo o fluxo de sangue para o pênis, o que torna difícil obter ou manter a ereção. A preocupação com o desempenho acaba, então, ocasionando a ausência de ereção.
Grande parte dos casos de disfunção erétil deixará de existir quando o homem se libertar da obrigação de provar que é macho. Partir para o ato sexual apenas quando existir desejo real pela parceira e não se preocupar com a ereção são pré-requisitos fundamentais. Aí talvez seja possível experimentar o sexo com liberdade, simplesmente para obter e proporcionar prazer, longe de qualquer tipo de ansiedade.
“Na primeira vez, brochei. Ela aceitou tentar de novo e brochei outra vez” publicado primeiro em https://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br/
Sem comentários:
Enviar um comentário